A vesícula biliar é um órgão em forma de saco, parecida com uma pera, localizada abaixo do lobo direito do fígado. Sua função é armazenar a bile, líquido produzido pelo fígado que atua na digestão de gorduras no intestino.
Porque se formam cálculos na vesícula
A principal causa de formação de cálculo é pela estase (repouso) da bile dentro da vesícula. Isso ocorre em situações como na gravidez por exemplo, ou nos distúrbios alimentares, como jejum prolongado. Geralmente se forma o que chamamos de barro biliar, que é o precursor dos cálculos.
Os principais tipos de cálculos, são aqueles de colesterol. Situações como obesidade e diabetes, que alteram o metabolismo dos lipídeos, tendem a ser as mais comuns na ocorrência dos cálculos. Outros tipos incluem os cálculos pretos (bilirrubinato de cálcio), comum em alterações do metabolismo do cálcio, hemólise (morte das células sanguíneas por certas doenças) e nas hepatites alcoólicas crônicas. Outros ainda, conhecidos como cálculos marrons, se formam em estados infecciosos ou parasitários.
Os cálculos crescem cerca de 1 a 2 mm/ano, levando cerca de 5 a 20 anos antes de se tornarem grandes o suficiente para causar problemas.
Principais fatores de risco para ter pedra na vesícula
Idade avançada, sexo feminino, obesidade, histórico familiar e rápida perda de peso.
Porque os cálculos dão sintomas?
Os sintomas acontecem devido a movimentação dos cálculos no interior da vesícula, e ocasionalmente, eles obstruem o ducto cístico, impedindo o esvaziamento da mesma, e causando uma distensão do órgão, com consequente ocorrência dos sintomas.
Quais são os principais sintomas?
A dor se inicia de forma repentina, segue piorando entre 15 minutos e 1 h, permanece estável por 12 h (em geral, < 6 h) e melhora aos poucos em 30 a 90 min, levando a uma dor leve. A dor inicial é geralmente intensa e náuseas e vômitos muitas vezes acompanham a dor, mas febre e calafrios são raros. Pode haver dor à palpação do hipocôndrio direito e da região epigástrica.
Se esse quadro todo durar mais de 12 h e for acompanhado de febre ou vômitos, chamamos de colecistite.
Diagnóstico
O diagnóstico de pedra na vesícula, normalmente, é feito por USG, após suspeita clínica por ocorrência dos sintomas acima.
O achado típico da USG é a presença de imagens moveis à mudança de decúbito, com sombra acústica posterior. Nos casos de colecistite, acrescente-se o espessamento das paredes do órgão, como sinal característico da inflamação do mesmo.
Tratamento
Normalmente, o tratamento é cirúrgico, exceto se o paciente for portador de alguma patologia que impossibilite a cirurgia.
A via cirúrgica de escolha é a Laparoscópica, em que a cirurgia é realizada através de pequenas incisões para entrada de câmera e instrumentais especiais no abdome.
O grande beneficio desse método é uma cirurgia mais segura, com movimentos e manobras mais precisas e menos traumáticas, uma recuperação pós cirúrgica mais rápida e um consequente retorno mais rápido às atividades habituais.