Apendicite

Você conhece o apêndice?

O apêndice cecal, ou apêndice vermiforme, é um órgão localizado na parte direita do intestino grosso, na sua porção mais proximal, chamada de ceco. Ele tem o nome de vermiforme, pela sua aparência, alongada, lembrando a estrutura de uma lombriga. É oco, ou seja, tem estrutura tubular, e termina em fundo cego. Ele, na verdade, é considerado hoje um órgão pertencente ao sistema linfático, e participa por isso do sistema imunológico, como órgão secundário desse sistema. 

O QUE É APENDICITE?

A apendicite é a principal causa de idas aos pronto-socorro, por abdome agudo inflamatório (quadro de dor aguda do abdome que não é devido a um trauma), e é mais comum em pacientes jovens, por volta dos 20 anos. É a inflamação do apêndice, que ocorre por uma obstrução do óstio (comunicação) que liga o orgão à luz do intestino.

Essa obstrução ocorre mais comumente por fecalitos (pequenas formações fecais endurecidas), que podem entrar ou impactar no orifício de comunicação com o apêndice, causando acumulo de muco produzido por ele e proliferação bacteriana. A progressão do quadro leva a congestão no inicio, falha na circulação local e necrose, em fases mais tardias, e pode culminar na perfuração, levando a um quadro grave, conhecido por peritonite.

QUAIS OS SINTOMAS DE APENDICITE?

O principal sintoma é a dor abdominal, que tem algumas características bem definidas, para se pensar em apendicite. Veja só quais são elas:

COMO SE FAZ O DIAGNÓSTICO DA APENDICITE?

Normalmente a avaliação clínica, utilizando uma anamnese (história clínica) bem feita, com um exame físico cuidadoso, é o suficiente para a conclusão diagnóstica. A presença dos sinais:

⦁ Blumberg: dor à descompressão brusca da FID
⦁ Rovsing: dor na FID quando se comprime o abdome do lado esquerdo
⦁ Psoas: aumento da dor quando se extende (estica) a coxa para trás, em relação ao quadril.

Ajuda a firmar a hipótese, e nesses casos os exames complementares não são necessários.
Nos casos atípicos, em que as queixas não são claras como as acima, ou o exame físico é duvidoso, a USG ou a Tomografia costuma ser solicitada para ajudar no diagnóstico.

Lembrando que idosos e gestantes podem ter atenuação dos sintomas e os exames são quase sempre necessários, nesses casos.

E O TRATAMENTO?

Cirurgia!

Por um motivo muito simples: tratamentos com antibióticos e sem cirurgia, podem evoluir para quadros graves, com mortalidade alta, próxima de 50%, e essa só é uma opção, para casos em que os paciente possuem doenças graves, que impedem a cirurgia.

Para os pacientes operados precocemente, a mortalidade é menor que 1%.
A via cirúrgica de escolha é a Laparoscópica, em que a cirurgia é realizada através de pequenas incisões para entrada de câmera e instrumentais especiais no abdome.

O grande beneficio desse método é uma cirurgia mais segura, com movimentos e manobras mais precisas e menos traumáticas, uma recuperação pós cirúrgica mais rápida e um consequente retorno mais rápido às atividades habituais.